Grupos de Trabalhos (GTs): Programação


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Profa. Dra. Ilza Matias De Sousa (UFRN)
Profa. Ms. Concísia Lopes Dos Santos – (EPJM)
Sílvia Barbalho Brito – (UFRN)

O Gt ropõe discutir a literatura infanto-juvenil afro-brasileira e as literaturas infanto-juvenis africanas de língua portuguesa, considerando uma estética da criação e a ideia da literatura como espaço de invenção, permeado por imagens, percepções e leituras que atravessam esses textos. Isso nos permite reconhecer que neles se estabelecem maneiras de ocupar o sensível e de dar sentido a essa ocupação (RANCIÈRE, 1995). Nesse aspecto, pode-se articular tal produção à constituição estética da comunidade, a partir das africanidades que as atravessam, tendo em vista que é a partilha do sensível que dá forma a essa comunidade. Serão aceitos trabalhos que se articulem a essas discussões e direcionem novos olhares para essas literaturas, de maneira a entender como elas alegorizam essa constituição estética. Desse modo, espera-se contribuir com novas formas de ver, sentir e dizer que dão lugar à multiplicidade implicada nas africanidades.




Prof. Dr. Alcione Correa Alves (UFPI)
Profa. Dra. Rosilda Alves Bezerra (UEPB)
rosildaalvesuepb@yahoo.com.br 

O Simpósio Temático ora proposto visa a congregar comunicações sobre as literaturas afroamericanas em perspectiva comparada, em seus mais diferentes gêneros e sistemas literários, no que se inclui, de modo programático, comunicações sobre as histórias possíveis a uma literatura afrobrasileira, assim como sobre seus desenvolvimentos críticos. Nossa hipótese comparativa entre um corpus amplo de literaturas afroamericanas contemporâneas toma, como tertium comparationis, a noção de grito, pensada inicialmente a partir do poema de Aimé Césaire intitulado Cahier d´un retour au pays natal e, na esteira deste, desenvolvida continuamente no âmbito do pensamento afrocaribenho, sobretudo, nos trabalhos de Édouard Glissant e do grupo da Crioulidade. O grito, aqui, se apresenta como sintoma das construções identitárias afroamericanas, as quais se busca compreender mediante análise das literaturas nela imbricadas, questionando os limites imputados à palavra, ao canto, à voz, aos discursos dos sujeitos negros, limites esses amiúde associados à colonização, escravização e violência ao longo de nossas histórias nas três Américas. Longe de se deter em uma foclorização das literaturas afroamericanas, em suas dimensões oral ou escrita, o presente Simpósio Temático propõe, como um de seus marcos teóricos iniciais, a premissa do Caribe como prefácio às Américas, conforme Édouard Glissant em Introduction à une poétique du Divers, da qual decorrerá o exercício, por nós proposto, de estabelecer um debate em torno de cada sistema literário afroamericano, cada obra, cada poema, cada romance tomado enquanto prefácio a um modo de pensar estas literaturas em uma rede, tecida pelo esforço comum da busca de novas construções identitárias que satisfaçam a nós sujeitos negros, americanos, em-processo. Convidamos, por fim, que cada comunicação submetida proponha, em sua especificidade, uma exposição do problema de pesquisa assinalando, nas obras  de seu corpus literário, o grito como discurso e ação que, contudo, busquem se afastar de uma fetichização de nossa palavra e nossa cultura.




Profª. Drª. Josilene Pinheiro-Mariz (UFCG-POSLE)


A literatura africana produzida em língua francesa nos países situados tanto ao norte do Saara, como nos vários países da região subsaariana exerce uma importante influência político-social e cultural nos cinco continentes. Sobretudo as obras que apresentam características ligadas ao período pós-colonialista têm uma importância fundamental para sancionar a produção literária dos escritores africanos como porta-vozes daquela sociedade (MOURA, 2007). Ao norte, onde se encontram regiões conhecidas como Magrebe e Machrek, (poente e nascente, em árabe), a literatura tem marcas de luta e independência, a exemplo da produção literária argelina. Na África subsaariana, os escritores são, igualmente, engajados, refletindo esse caráter nas obras literárias que atuam, portanto, como elo ligando a África ao restante do mundo através da língua do “colonizador”. Nesse sentido, este simpósio temático acolherá trabalhos que discutam o valor da literatura de língua francesa (traduzida ou não) na África e nos países da diáspora africana como os que estão situados no Caribe, debatendo ainda a noção de “francofonia” e enfocando de modo especial, a importância das relações interculturais entre Brasil e África.



Profª. Drª. Maria Angélica de Oliveira (UFCG/ UFPB)

Segundo Cristóvão Tezza (2009), embora o objeto da literatura não seja a “verdade”, mas o homem que pensa sobre ela, a literatura, linguagem ao infinito, assim como outros jogos de verdade, refletem e refratam as vontades de verdade presentes em nossa formação social. Nesse sentido, o continente africano, como um universo histórico-cultural, encontra nas suas literaturas um campo fértil para as necessárias discussões sobre liberdade, identidade e sobre os discursos verdadeiros (FOUCAULT, 2002) de um povo. Essa literatura tanto em língua portuguesa ou inglesa constitui-se no elo entre a cultura oral e a escrita, permeando múltiplas formas e estilos, indo do Oriente ao Ocidente ligando as diversas Áfricas. À semelhança do Griot, tal literatura dá alma à sociedade africana ligando-a aos mundos distintos. Nessa perspectiva, este simpósio temático pretende receber trabalhos que focalizem as diversas literaturas africanas de língua portuguesa ou inglesa e que evidenciem a multiplicidade de aspectos socioculturais desse universo chamado África. Buscando aprofundar discussões, priorizamos trabalhos que contemplem noções como sujeito, identidade e discurso.




Profa. Dra. Marta Aparecida Garcia Gonçalves (UFRN)
Profa. Dra. Tânia Lima (UFRN)

O ensino e a pesquisa das Literaturas Africanas em Língua Portuguesa na atualidade ainda refletem algumas questões como: Qual o lugar da teoria no ensino da literatura produzida em África? De que forma a relação “história e literatura” ou “real e ficcional” pode/deve ser aplicada com proveito nos processos de ensino e pesquisa? Há uma configuração no uso da interdisciplinaridade na pesquisa e no ensino das Literaturas Africanas em Língua Portuguesa? Diante destes pontos, nosso simpósio tem por finalidade apresentar uma discussão sobre as produções literárias africanas em língua portuguesa, enfatizando as demandas acadêmicas de ensino e pesquisa nos Cursos de Letras na atualidade, especialmente aquelas que visam a problematizar valores voltados para questões e correlações existentes entre a literatura, a política e a estética. Por isto, propõe-se aqui, acolher trabalhos que norteiem a proposta, apresentando discussões sobre a literatura africana em língua portuguesa e suas especificidades na pesquisa e no ensino como: as questões da identidade e da outridade; a recriação de gêneros da oralidade na escrita; a intertextualidade: singularidades e processos; literatura em relação com outras áreas do saber; os estudos de gênero; comparativismo: experiências e contribuições; imbricação entre ética e estética nas produções em África; as relações entre literatura e eventos históricos; entre outros temas voltados para as Literaturas Africanas em Língua Portuguesa, visando o bom-encontro dos olhares de professores e pesquisadores que estudam e ensinam sobre a África.




Profa. Dra. Carmen Alveal (UFRN)
Profa. Ms. Aldinízia de Medeiros Souza (UFRN)

Este simpósio tem como objetivo oferecer um espaço de discussão sobre as diferentes inserções dos africanos e seus descendentes na sociedade escravista do Brasil colonial-imperial, levando-se em consideração participação ativa dessa população na condição de escravos, libertos ou libres. Os estudos sobre escravidão tem ressaltado a atuação dos africanos e descendentes para além das atividades econômicas, bem como a diversidade de culturas, além de percebê-la como participação efetiva e contínua e não apenas como uma contribuição. Essa participação se faz, entre outras possibilidades, na formação de famílias, nas diferentes formas de busca pela liberdade, à procura de melhores condições de vida no cativeiro, na expressão suas crenças. Desse modo, o simpósio possibilita a apresentação de trabalhos que abordem diferentes aspectos relacionados à história e cultura dos povos africanos e de seus descendentes, escravos ou livres, no contexto da escravidão.



Dra. Vanessa Riambau Pinheiro (UFPB)
Dr. João Batista Pereira (UNILAB)


Naturalmente influenciada pelo contexto descortinado após a descolonização, a literatura dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) tem a metaficcionalização historiográfica como um de seus temas mais recorrentes. Neste sentido, é mister analisar em que medida o externo torna-se interno e de que maneira pode-se verificar os elementos textuais que constituem a historicidade do texto sem reduzi-lo a um mero pretexto para análises sociológicas, uma vez que o diálogo entre texto e contexto tem o seu alcance delimitado e autorizado pela singularidade irredutível do texto literário. Em função disso, mostram-se necessários tanto o estudo do texto em si como a correlação entre a obra e o contexto histórico no qual ela foi produzida, bem como o reflexo da literatura na sociedade e vice-versa.



Prof. Dr. Derivaldo dos Santos (UFRN/ PPgEL)
Prof. Dr. Humberto Hermenegildo de Araújo (UFRN/PPgEL)


A presente proposta reunirá trabalhos que contemplem o exame do texto literário de escritores brasileiros e africanos, voltado para o estudo das representações sociais do negro, da identidade e da memória social, a partir de uma perspectiva intertextual e polifônica que permitirá a análise crítica e o reconhecimento da identidade nacional brasileira e de África como expressão dessa pluralidade.  Integra ainda o estudo do texto literário afro-brasileiro e seus vários contextos no âmbito do sistema escolar, considerando as contribuições da Literatura Comparada ao ensino de literatura de escritores afro-brasileiros. Parte-se do pressuposto de que a “a literatura pode ser um instrumento consciente de desmascaramento, pelo fato de focalizar as situações de restrição dos direitos, ou de negação deles, como a miséria, a servidão, a mutilação espiritual”, (Candido, Direito à literatura), contribuindo para a formação da consciência crítica do leitor e para uma melhor compreensão da vida e dos homens, seja por apontar a necessidade de inclusão social de sujeitos silenciados pela história social estabelecida, seja por conduzir o leitor ao reconhecimento do outro como cidadão. A literatura  de escritores afro-brasileiros deve ser discutida como forma de expressão capaz de nos conduzir ao conhecimento da realidade social e histórica e como  experiência de escrita que se eleva à condição de interpretação do mundo.



Profa. Dra. Leilane Leandro Assunção da Silva (PPCS-UFRN)

Esse GT pretende reunir trabalhos sejam teóricos ou empíricos,  que  discutam de que maneira as representações da cultura afro-brasileira aparecem em três dos mais  prolíficos campos da arte: a música,  a  pintura  e  a  literatura.  Buscando problematizar dilemas éticos, estéticos e políticos que  ainda são da ordem do dia na  nossa  sociedade  machista e  racista. Partimos  da ideia que toda  discussão  sobre  arte fortalece a ciência na medida em que amplia suas possibilidades e pressupostos, trazendo  para o âmbito das ciências humanas a discussão sobre o engajamento  político e  a poetização da narrativa, duas  das  dimensões  que  mais  podem ser enriquecidas com  essa incursão  epistemológica das  ciências  humanas à arte.  Para tanto, conceitos  como hibrides  ou mestiçagem,tais  como desenvolvidos  por Bruno  Latour  e  Michel Serres,  respectivamente, bem como  a  ideia da arte  como tutoria de resiliência de Boris Cyrulnik se revestem  de caráter central para  a discussão  que  aqui empreendemos, visto que  não  se trata tão somente  de  narrar de que maneira o afro brasileiro aparece na arte brasileira  bem como  até que  ponto  essa ampliação de perspectivas  pode  problematizar a própria ontologia do conhecimento nas ciências humanas, tomando  as  representações da cultura afro-brasileira como signos de resistência político-cultural cientifica  contra a normatização das éticas e  estéticas existenciais que constituem e são constituídos, dialogicamente, paradoxalmente,tanto as  ciências quanto as artes tais  como se apresentam, tão bem,  por exemplo, nas obras  de Friedrich Nietzsche e Claude-Lévistrauss.



GT 10 - INSULARIDADES E LITERATURAS 

Profa. Dra. Adriana Elisabete Bayer (UEFS)

Ilha é uma extensão de terra, circunstanciada pela imensidão do mar. O conceito torna semelhantes as restritas extensões territoriais que se contrapõem à amplidão marítima. No entanto, elas se particularizam por sua formação que está subordinada à geografia, ao ambiente e à história, fatores que determinam a relação do ilhéu com sua terra natal. Nas literaturas e demais produções culturais de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, percebe-se representações diferenciadas de vivências nos espaços insulares. Daí a constituição de insularidades. O colonialismo acentuou fraturas geográficas. Sob o signo da violência factual e simbólica, se nuvens, céu, distância, condicionantes climáticas e mar podem se associar à solidão do ilhéu, resultando em insularidade, o sentimento também pode estar exteriorizado por meio do vínculo simbiótico mantido entre ilhéu e terra. Outros são os tempos. Com a independência, a nova bandeira não cumpre sua promessa. Por conseguinte, os textos ficcionais e poéticos mostram que as insularidades expõem outros vieses sobre sujeito, liberdade, fronteiras, pertencimentos.



Prof. Dr. Lourival Andrade Júnior (UFRN)


O Brasil é formado por uma enormidade de práticas culturais, advindas de sua formação étnico-histórica, onde a cultura deu o tom das manifestações e representações que se forjaram tanto no campo como nas cidades. Penetrar nesta rede de significações é um dos objetivos centrais de muitas pesquisas da área das ciências humanas nos últimos anos no país. Também vale destacar que os estudos sobre as manifestações culturais africanas que balizaram a formação afro-brasileira tem demonstrado que ainda temos muito que galgar para preencher lacunas ainda bastante acentuadas em nossas pesquisas. Esta africanidade precisa se tornar mais presente em nossas falas e várias são as possibilidades de buscar estas conceituações e aproximações. Este simpósio temático pretende reunir pesquisas que discutam as diversas formas de re (ligações) entre o homem e o sagrado em suas mais variadas manifestações sensíveis, gestuais, orais e materiais e que tenham relação direta ou indireta com as matrizes africanas no Brasil como a Umbanda, o Candomblé, o Catimbó, a Jurema, o Xangô, o Omolocô, o Terecô, o Tambor de Mina e tantas outras designações que compõe um cenário ritualístico assentado na ancestralidade e numa cultura oral em que a mediunidade é fator determinante em muitos cultos.



Prof. Dr. Sávio Roberto Fonseca de Freitas (UFRPE)


Partindo do princípio de que os países africanos ainda são orientados religiosamente em sua maioria pelas crenças tradicionais, nosso simpósio acolhe trabalhos que tenham como objeto de análise textos literários africanos em verso ou prosa que evidenciam o registro de mitos e/ou ritos africanos que sobreviveram às imposições religiosas coloniais de diversas orientações dogmáticas (protestantismo, catolicismo, anglicanismo, entre outros) impostas pelo colonizador nos países africanos. A produção literária africana da fase pós-colonial, através das obras de Paula Tavares, Paulina Chiziane, Luandino Vieira, Pepetela, Ungulani Ba Ba Khosa, Vera Duarde, Odete Semedo, entre outros, sempre mostram as crenças tradicionais como um traço identitário que marca a presença da tradição na modernidade no sentido reforçar a ideia de que há entre os intelectuais africanos uma cumplicidade cultural revelada por meio do registro de temas denunciadores de uma conduta local impermeável às investidas do colonizador. A religiosidade é um solo impermeável, uma vez que trazem para o discurso literário um universo cultural muito específico  do povo africano.




Profa. Dra. Zuleide Duarte
zuleide.duarte@hotmail.com

A urgência de inscrever, em caráter irrevogável e definitivo, a escrita feminina africana no espaço maior de escritores do chamado pós-colonialismo, aponta para a reflexão acerca da universalidade do texto produzidos por mulheres e sua necessidade de ecoar mais longe. Escrever a vida do lugar reservado a um mundo compartimentado não é prática nem demanda de autoras que avançam no desnudamento de questões sociais, éticas, étnicas,  religiosas e muito mais. Aca- tam-se textos sobre escritoras africanas oriundas de quaisquer países submetidos aos regimes coloniais.




Profa. Dra. Renata Pimentel (UFRPE)
Profa. Dra. Tâmara Abreu (UFRN)


O longo período de transição do século XIX para o XX pode ser considerado chave para compreensão de muitos estereótipos e preconceitos que se mantiveram como discursos das ciências sociais incipientes e comportamentos opressores, vigentes ainda hoje, sobretudo no que tange às ditas minorias (negros, mulheres, pessoas com comportamentos sexuais e sociais fora da “norma”). Nesse momento imperam discussões sobre raça, sexualidade, gênero, sempre se estabelecendo padrões de normalidade e patologia. Obras como as de Aluízio Azevedo; Adolfo Caminha; Machado de Assis, Cruz e Sousa; Euclides da Cunha; Lima Barreto; Monteiro Lobato dialogam com teorias como as de Comte; Taine; Spencer e Darwin (também de críticos e pensadores brasileiros: Raimundo Nina Rodrigues, Edgard Roquette-Pinto, Sílvio Romero, Gilberto Freyre ou Josué de Castro). A partir desse universo de conexões podem se promover discussões que atravessam transformações no pensamento sociocultural brasileiro (dos conservadores aos questionadores), chegando-se a embates de opiniões e recepções (que festejam ou repudiam) tais obras literárias, sobretudo no que tange à temática da negritude, da escravidão, da condição feminina. Este Simpósio Temático tem como objetivo detectar o quanto do pensamento que serviu de alicerce para a formação da Antropologia e da Cultura no Brasil, ainda no século XIX, persiste até hoje, só que com nova roupagem, para criminalizar grupos e movimentos sociais e, ainda, procura desconstruir – sob a égide de patrulhamentos de discursos de grupos – a rotulação de condenação aos autores que cabem no espectro do estudo aqui proposto.




Prof. Dr. Amarino Oliveira de Queiroz (UFRN)

O presente simpósio pretende discutir experiências de pesquisa relativas à construção das identidades literárias no continente americano. Privilegiará as relações socioculturais e etnicorraciais em autores e autoras cuja produção oral e/ou escrita está compreendida num espaço comum, aqui denominado Afro-Ibero-América, entendido como o composto sócio-histórico, linguístico e cultural que vem se afirmando desde a experiência colonial até os tempos atuais. Nesse âmbito, estão envolvidas tanto as civilizações pré-colombianas como a África continental e sua diáspora nas Américas, além da expressão literária e cultural contemporânea dos povos originários americanos, dos africanos e dos afrodescendentes nas línguas espanhola e portuguesa. A triangulação África-Ibéria-Américas orientará e caracterizará, portanto, o desenvolvimento do debate aqui pretendido, ocupando-se, num primeiro plano, dos aspectos literários e culturais daí resultantes.


Profa. Daniela Galdino Nascimento (UNEB)

Considerando os movimentos insurgentes que marcam a primeira década de aprovação das principais políticas afirmativas brasileiras, em especial a lei 10.639/03, o presente GT pretende congregar pesquisadoras/es interessadas/es em socializar estudos sobre a literatura infanto-juvenil afro-identificada (suas especificidades, suas repercussões). Serão recepcionados trabalhos acadêmicos que analisem a intersecção das linguagens verbal e visual de livros infanto-juvenis, bem como o aporte de tais produções no mercado editorial ou no campo das políticas públicas. Pretende-se constituir um fórum de discussões a partir do diálogo estabelecido entre estudos que destaquem, ao menos, um dos seguintes aspectos: i) as transgressões enunciativas que delineiam as produções literárias afro-identificadas; ii) as estratégias de linguagem utilizadas por ilustradoras/es para refutar a visualidade hegemônica; iii) os impactos da lei 10.639/03 no acervo literário infanto-juvenil de editoras brasileiras; iii) a repercussão da lei 10.639/03 nos programas oficiais de incentivo à leitura desenvolvidos no Brasil.



Prof. Dr. Lucrécio Araújo de Sá Júnior (UFRN)
Prof.º Ms. Halyson Rodrygo Silva de Oliveira (UFRN)

e-mail: halyson_ufrn@yahoo.com.br

O presente Simpósio Temático objetiva provocar um momento de discussão acerca da temática africana no espaço escolar, considerando-a enquanto campo de possibilidades para reflexão teórica e experiências empíricas direcionada para uma educação voltada para as relações étnico-raciais. Para tanto, poderão ser discutidos temas como novos objetos e metodologias de ensino que tenha a cultura africana e afro-brasileira como eixo compreensivo; trabalhos que reflitam acerca dos preconceitos e discriminações étnicas ainda existentes na sociedade atual, as recentes iniciativas do sistema normativo e educacional do Brasil para a contemplação de uma educação voltada para as relações étnico-raciais, a exemplo da Lei 10.639/03 – lei que incluiu a obrigatoriedade do ensino, em especial na História, na Literatura e na Educação Artística, de conteúdos sobre a contribuição da cultura de matriz negra africana na constituição da sociedade brasileira –; pesquisas que discutam a importância e o lugar da escola na construção de novas posturas em consonância com as demandas de uma sociedade pluricultural e multirracial; relatos de experiência docente, projetos de pesquisa e/ou pesquisas em desenvolvimento, que abarquem as questões de natureza supracitadas.






 Profa. Dra. Maria da Penha Casado Alves (UFRN/ PPgEL)
                        William Brenno dos Santos Oliveira (UFRN/ PPgEL)
penhalves@msn.com



O GT objetiva discutir e problematizar algumas características da sociedade contemporânea; a relação entre os domínios da cultura e do simbólico com ênfase na perspectiva do hibridismo, da mesclagem (CANCLINI, 2008) e das relações dialógicas entre linguagens (BAKHTIN, 2009) entre sistemas simbólicos e entre esferas da atividade humana. Inclui-se no horizonte de interesse dessa proposta de trabalho, pesquisas (doutorado, mestrado, iniciação científica, entre outras) que, nesse entrecruzamento discursivo, se debrucem sobre o fenômeno da linguagem em diferentes práticas discursivas. Ancoramos nossas discussões em uma concepção de linguagem  constitutivamente dialógica (BAKHTIN, 2009) e construída nos processos de interação humana. Para tanto, nos apoiaremos em BAKHTIN e o Círculo e nas contribuições advindas dos estudos culturais.